Partes de todas as partes que nos compõem, silhuetas que nem sempre reconhecemos, mas que estão no lugar de onde fugimos. Cada um dos nossos lados terá que servir para que o todo se complete, mesmo que gostemos mais de uns do que de outros!
Os lados que nos fogem serão os que recusamos encarar, os que nos recordam do que tanto nos esforçamos por esquecer. Os lados que nos fogem acabarão por voltar, se os deixarmos comandar o que somos, passando à frente do que também foi bom e nos trouxe prazer.
Sei bem que a minha forma de olhar não se assemelha à tua. Sei que quando o céu está escuro espero que clareie, enquanto tu esperas que chova e troveje. Sei que enquanto confio, mesmo que não de forma cega, tu duvidas até de ti. Sei o que quero representar na tua vida, de que lado estar, enquanto ainda procuras pelas partes que escaparam, recusando-me a ajuda que até saberia dar.
Quem disse que amar era fácil? Quem nos enganou em relação aos lugares que, aparentemente, escolhemos para repousar o coração? Quem nos assegurou de que tudo iria dar certo, quando até nós duvidávamos? Quem se atreveu a implantar, em nós, sementes de uma esperança que afinal se esvai tão rapidamente quanto nos sentimos cair?
Os lados que nos fogem poderão até nem ser os que fazem falta, mas se não estivermos completos, o que sobrar adiantará de muito pouco. Os lados que nos fogem de alguma forma serão os que tínhamos que deixar ir, mas convém que os saibamos receber de volta, porque e voltando às metades, menos do que tudo nunca bastará a ninguém!
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