Quando percebi que passava mais de metade do meu tempo a gostar e a cuidar de ti, usei a outra metade para encetar uma conversa séria, eu comigo mesma. Ninguém pode ser mais importante do que a importância que me dá. Ninguém tem o direito de consumir o melhor de mim, oferecendo-me o que lhe sobrar. Ninguém poderá, alguma vez, esperar receber o que não consegue dar.
A ti, curiosamente, nunca restaram dúvidas, mas para mim foi um ir e vir de conversas por terminar, ou de umas quantas tão amargas, que acabei da mesma forma que comecei, sem saber nada. Nada de ti. Nada do que planeavas fazer, porque os teus planos nunca me incluíam, nunca por demasiado tempo.
Queres saber quanto vale o amor que te tenho? Valeria muito se tivesse prosseguido por este caminho de solidão acompanhada. Valeria a vida que seria capaz de adaptar para viver contigo. Valeria o para sempre porque me manteria aqui, de pedra e cal, até que terminássemos ambos.
Quando tomas alguém por garantido e acreditas ter o poder que a fará permanecer, perdes o que afinal não te era dirigido, porque quem ama cuida, muda, salta barreiras e acrescenta degraus para que se chegue ao céu, é que uma vez lá, já nenhum terá por que sair.
Queres saber quanto vale o amor que te tenho? Agora já não me parece que valha a pena, mas vale ainda o tempo que perco a lembrar-me de ti...
0 Comentários