Mantém-me junto a ti, mesmo que estejas do outro lado do meu mundo. Não desistas, não te pares e quem sabe desta vez, com o devido empenho, não me terás de volta. Não vou falhar na promessa. Não me vou refugiar no ontem, no que correu mal, na tua fuga para a frente, a que apenas serviu para me quereres ainda mais, com mais força, desejando o corpo que até já foi teu.
Mantém-me aí, junto a ti. Sem que desesperemos, à espera do que eventualmente chegará, porque até foi a ti que reconheci. Foi por ti que também esperei para que estivesses pronto e para que viesses. Mantém-me tão próximo quanto a distância deixar, porque quem já percebeu o que lhe mudará a vida, não pode continuar a fugir dela, negando o que mais nada nem ninguém tem. Mantém-me próxima de ti até que me consigas tocar uma vez mais e para que cada momento se arrume em nós.
Entendi tudo o que falaste. Recebi cada som e trabalhei-os com a devida atenção, percebendo que o que dizias fazia sentido e que era o que tinha imaginado em ti. Desta vez não me restaram dúvidas. Desta vez soube que não te tinha fantasiado e que eras exactamente como te vira por dentro, porque afinal ao reconhecer-te passei a saber bem mais do que já sabias tu.
Agora já tens com que te manter até que chegues, até que chegue eu, até que nos voltemos a tocar, até que falar deixe de ser preciso. Agora já podes voltar a confiar que eu nunca fui a lugar algum, porque que estive sempre aqui. Agora sabes que o tempo andará mais rápido, porque depois do tempo estarei eu, a mulher que já admites ser tua.
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