O meu mundo, sobretudo o das palavras, há muito que era apenas meu e não tinha eco em ninguém do outro lado de mim. O que escrevia e dizia, importava-me sobretudo a mim e ser UMA, não tendo que me dividir, nem acrescentar, fez-me endurecer e deixar de incluir!
O que tu vieste mudar e o que me vieste ensinar, é que preciso de te meter em tudo o que digo e faço, porque já não estou sozinha. Estás para ficar, movimentas-me e acrescentas-me. Responsabilizas-me por tudo o que desejo, sonho e faço acontecer. Já és a metade de que tantas vezes falei, mesmo que por vezes achasse que seria apenas mais uma palavra. Lembras-me, a cada minuto, de que forma te devo tratar e é por isso que estou a prestar mais atenção.
As palavras que agora debito, encontram um adversário à altura, nunca ficam sem resposta, nunca me deixam no vazio, e sobretudo, nunca me permitem duvidar do que representas para mim. As palavras que agora lês e ouves, tocam-te, infligem-te prazer, dor, medos e todas as emoções que apenas elas sabem como passar. As minhas palavras, agora, servem para que vás sabendo mais sobre mim, quem sou, quem fui, e quem era lá atrás quando passaste, mas não ficaste.
Sou demasiado coração na boca, sentimentos soltos, movimentos que não sabia parar e não precisava, porque era apenas eu, porque amava, mas não tinha retorno, porque esperava, para nunca ver chegar, mas deixou de ser assim, e agora vou ter que pesar, medir, olhar e ver mesmo. Agora que estás no meu percurso e que tudo o que sentes me toca, tenho que saber como cuidar de ti, dando-me na proporção certa e usando as palavras a nosso favor.
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