Não quero a infelicidade que carregas. Não preciso das tuas dúvidas para acabar a duvidar até de mim. Não vou tentar ler-te mais, porque as tuas palavras são curtas e vazias.
O que tens para me dar de ti? NADA, porque já o provaste. De ti vem sempre mais do mesmo. Vêm as incertezas e as mentiras. Vêm os olhares que não são apenas meus. Vêm os tempos que nunca chegam para mim, deixando-me para lá dos planos, os teus.
Sabes do que me recordo? Do teu olhar triste e vago. Recordo o prazer que te dava, mas que recebias a antecipar o que terias depois, falta dele e falta de mim. Recordo que nunca estiveste inteiro comigo. Recordo a tua fragilidade, a que não aceito para quem pretendo do meu lado, porque a tua fragilidade não é falta de força física, é falta de certezas e de desejos que me incluam.
O que tinhas afinal para me dar antes? O mesmo que depois. Não tinhas nada, porque nada antecipaste, deixaste-te apenas ir, esperando que eu fizesse o mesmo e esperasse também, por ti e para que estivesses pronto.
Amores unilaterais são apenas isso, um dos lados e nunca o melhor deles. Estar apenas com metade da mente, com a parte do corpo que conseguiu sentir, e que até se percebeu poder ser muito bom, mas que uma vez mais se vestiu, no final, se calçou e seguiu em frente, regressando ao único mundo que se conhecia.
De que forma achaste que seria possível que eu me mantivesses "aqui", quieta, apagada e pronta, para quando te decidisses a está-lo? Como foi possível que achasses que atrás de ti não chegaria mais ninguém?
Bem, a equação aqui foi simples, até para mim que não sou das ciências, menos com mais, dá menos, MUITO menos, daí ter procurado mais com mais, que deu bem mais do que alguma vez poderia ter contigo!
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