Há dias como o de hoje, em que acordo a pensar como e
quando aparecerá alguém na minha vida que mude tudo. Faço-me de forte, foco-me
na minha profissão, nos meus livros, nas palavras que completam o meu Universo,
mas não posso deixar de sentir falta de ti, quem quer que venhas a ser. A vida
é feita de percursos e eu já percorri muitos, atingi muitas metas, cobri várias
etapas, mas preciso de aceitar que sozinha jamais terá o mesmo sabor, por
isso quero encontrar-te, tropeçar em ti, olhar-te e saber que és quem
desejo!
Ainda não estou na fase do “invejar” as relações das
minhas amigas, mas também já faltou mais! Acabei a aceitar sair com o Artur
e…oh que desilusão, e que desespero sentir que sou uma desesperada, passo a
redundância. Que homem bonito, alto, bem tonificado, de olho verde água, mas e
passados trinta longos minutos, já sabia. “Deus me acuda e valha que não vou
aguentar toda a noite nisto”. Há quem necessite de trabalhar o ego, mas para
baixo. Gabou-se, encheu o peito de considerações acerca das suas capacidades,
do nível profissional, das viagens, blá blá blá. E eis que tropeça e cai em
cheio no chão, logo que me anuncia que as mulheres têm que ser protegidas,
cuidadas, que são seres sensíveis. Pronto, não aguento mais e levanto-me brusca.
- Meu querido, adorei este bocadinho, mas não me apetece
essa conversa de macho resolvido.
Ficou a olhar-me espantado e eu saí à velocidade de
cruzeiro, faltava-me o ar, sentia-me ridícula, envergonhada, certamente que não
iria entrar nesta espiral de quase blind dates, pelo amor da santa, ninguém
merece.
- E estás à espera que o dito cujo te caia no colo?
Certamente que o tal andará por aí, mas dá ao Universo a possibilidade de to
mostrar.
- Minha querida amiga Ana, não sei se tenho estrutura
emocional para isto. Deus sabe o quanto necessito de não me deitar a acordar
molhada, cheia de vontade de ter alguém dentro de mim que me sacie, que me faça
gemer, que me morda, beije…
- Uou mulher, calma, olha que também eu ando carente. Não
abuses.
A gargalhada aliviou o desespero e uma vez mais adiei a
estratégia, não sei muito bem como a definir, onde procurar, nem como fazer.
Sei apenas que quero e preciso. Eu já sabia que estar só, sem companheiro, não
era fácil, mas assim? Quem sabe um
dia destes não estarei a contar boas novidades, quem sabe não terei a outra
metade do meu tempo e vida mais preenchida, e não passarei a rir com
gargalhadas verdadeiras. Por ora sei apenas que me fazes falta, que te sinto a
presença, mas ainda não te vejo, mas um dia entrarás na minha vida pela porta
principal e eu saberei que és tu!
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