Não te vou conseguir tirar de mim, não terei forma de te deixar ir, se continuar assim. É o que me dizem!
Tantos a opinar, a esfregarem-me experiências que não se parecem com nada do que eu tenha vivido ou sentido, e eu deixo-me estar, quieta, a ouvi-los sem os ouvir realmente. Apetecia-me fugir, esconder-me debaixo de uma pedra como um crustáceo e apenas sair com a luz da lua, esgueirando-me por entre as sombras que vejo, mas que não são minhas, estão apenas lá...
Se ao menos me soubesses amar como fazias antes, e parasses de pensar demasiado, que tal se deixasses isso para mim, afinal sou eu a mulher e isso é o que sabemos fazer muito bem. Se ao menos eu conseguisse perceber e talvez assim deixar-te ir, mas a verdade é que ainda não estou pronta e não o desejo, não ao ponto de me lavar de ti, e é por isso que vais ficando. Se ao menos o que tivemos bastasse e servisse para pender a balança para o lado certo, para nós. Se ao menos eu te soubesse substituir e aceitar um outro, quem sabe não me surpreenderia.
Dizem-me tantas coisas, que parecem até saber do que somos feitos, eu e tu. Tentam que me recorde do que correu mal, mas eu consigo apenas focar-me no que me deste e me ficou, assim, para não ter outra vontade que não sejas tu mesmo.
É o que me dizem, que assim não voltarei a ser a mesma e que tu me sugavas a alma, mas eu sei mais do que todos eles, sei o poder que tinhas de me fazer feliz e por isso quero mais. Ele dizem, mas não sabem nada...
0 Comentários