Mesmo que o tempo passe, acelerado em dias que também nós fazemos por correr e bem mais lento quando esperar parece ser a única opção, vamos manter, sempre e de alguma forma, quem nos pertenceu e mudou, mesmo que para pior.
O que fazer quando o tempo não parece real?
A quem podemos reclamar, e do quê, se não fizermos por e se não nos quisermos mover de forma determinada? Para onde teremos que olhar se deixámos, há demasiado tempo, de olhar para quem merecia? O que fazer quando nada do que fizermos adiantar, não agora e não depois de tudo o que não foi feito?
Ele passa, o tempo, e cobra, cobra muito do que fingimos não ver. Ele chega, certeiro e de mão pesada, quando somos ligeiros no sentir, sobretudo no que fazemos sentir, por estarmos desatentos, ou por muito egocentrismo instalado e ressequido. Ele vem, mesmo que nos pareça possível fingir, mas vem para nos recordar dos "ses" e dos "talvez" que nunca foram mais do que isso. Ele virá, eventualmente, quando a conversa já só tiver um interlocutor e será aí, de alma escurecida, que o teremos que apenas ouvir, sem qualquer possibilidade de ripostar, porque já tínhamos usado todas as desculpas.
O que fazer quando já nada puder ser feito? Aceitar e carregar, para o resto da vida que restar, o que a nossa bagagem acumulou, bom e mau, certo ou errado, amargo ou doce...
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