Uma palavra errada, um som mal soprado, um pensamento demasiado veloz e tudo o que se construiu com cuidado acrescido, pode partir-se em mil pedaços!
Ter quem seja, TUDO, na nossa vida, amplia o nosso medo de errar. Ter quem aumenta cada desejo, por mais louco e descabido que possa parecer, muda o significado até dos sinais mais óbvios. Ter quem nos recorde que não estamos nem somos, apenas nós, faz até a chuva fria saber a um duche quente e partilhado. Ter um dia, um momento, aquele em que demos o primeiro passo e em que perdemos o medo de nos sorrirmos com a alma, liberta-nos de todos os outros sentimentos que não dominamos, nem queremos interromper.
Uma palavra errada, num dia mal escolhido, com um final de momento menos partilhado e acabamos sem as partes que nos completam.
Estou na minha madrugada fria. Estou sozinha o bastante para me recordar do que pareço ter feito de forma errada. Estou sem ti e sem a capacidade de te repetir, uma e outra vez, que és tu, que serás sempre e que passaste a sê-lo assim que a palavra certa foi dita por nós.
Uma palavra errada e conseguimos duvidar do que não poderia, em nenhum momento, ser motivo de dúvida. Uma palavra errada e voltamos ao princípio. Uma palavra errada e quase que arrisco perder-te...
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