E é esta a pergunta, do que estou à espera, ou de quem? Estou à espera de quem me acolherá de noite, quando me sentir sozinha, indefesa e encolhida sobre a minha incapacidade de ser sempre forte? Quem saberá como me dar colo sem que me sinta frágil, apenas humana? Quem virá por ter estado, até agora e aqui, também à minha espera?
Nem sempre te procuro, mas sei que apenas contigo poderei dar tudo o que sou, como sou e manter-me viva, entendendo que o que faço se cruza contigo. Se não houver quem me conheça já, quem saiba ler o que as palavras nem sempre conseguem dizer, vou ficar certamente perdida e com o norte desregulado. Espero que tu, sobretudo tu, possas caminhar ao meu lado, usando o que me define, as palavras, porque quem não as tiver na proporção do que me faz falta, não ficará comigo. Preciso de quem as use sem sons quando os silêncios me fizerem falta e que me permita senti-las com a intensidade de que sou feita sendo igualmente intenso.
Do que é que estou à espera? Ainda de ti, e sei que vais ter que chegar...
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