Saber quem somos vem envolto em ainda mais responsabilidade, é um facto. De repente passam a exigir tudo de nós. Respostas imediatas. Conhecimento empírico e científico. Disponibilidade e ginástica mental, porque ao sabermos quem somos, sabemos de que forma iremos reagir ao novo e ao que parece querer colar-se à pele que já não temos. Saber ao que nos soam as palavras, mesmo antes de serem proferidas, desgasta-nos, mas também nos permite quebrar a atenção e desligar por breves segundos, recuperando do que nos querem roubar.
E tu quem és? O que já sabes sobre ti, o que precisas e quem precisas do teu lado?
Nada é imediato e até mesmo o crescimento, por sinal sem prazo, leva-nos em viagens longas e alonga alguns dos processos. Nada é tranquilo ou sequer pacífico, quando se trata de nós mesmos e por isso alguns escolham não querer saber do que lhes saberia a poder. Nada do que nos ensinaram parece bastar, por isso é conveniente que nos mantenhamos à procura de tudo, na esperança de conseguir encontrar alguma coisa.
Saber de mim deixa-me com vontade de encontrar quem também saiba, vendo para além do que expresso ou digo. Saber de mim quando tudo o que sei ainda não é suficiente, transforma as relações que escolho encetar, porque se não me trouxerem nada de novo, nunca terão a pessoa que me tornei. Saber de mim já dá trabalho que chegue, por isso deixei de querer chegar a todo o lado, incluindo toda a gente...
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