Sou eu que escolho como viver. Sou eu que decido o que fazer de cada parte de mim, Sou eu, sozinha, que choro pelo tempo que me fizer falta e até que me seque por dentro. Mas não sou apenas lágrimas, sou mais sorrisos e risos escancarados. Sou na minha medida certa, mas aceito que não sou da medida que os outros precisam.
Como escolho continuar depois de tudo o que já aprendi sobre mim, é o que me tem mantido bem à tona, nadando de forma segura até à margem onde poderei, em pé, restaurar cada músculo dolorido. Como escolho amar quem me ama, deixa-me com a certeza que só pode ser assim, TODA, sem reservas, passando para a vida o que os sonhos tantas vezes me mostraram. Como escolho escolher, agora, nesta altura da minha vida, já não precisa de vir com cuidados acrescidos, porque sou crescida, porque já sei o que sou e como posso continuar sem me defraudar.
Se ainda me deixo magoar? Sim, claro, sou também e para além de tudo humana, e cometo erros que depois pago caro, mas escolho viver porque apenas assim me manterei viva por dentro. Escolho não ser um fantasma de mim e como serei sempre eu a escolher, deixo-me seguir, segura de que saberei sempre o que fazer de mim.
A forma como escolho já carrega umas quantas décadas e a verdade é que tenho escolhido bem, até os amores que não ficaram, porque quando chegaram eram exactamente o que me fazia falta!
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