Já não existem amores inteiros, agora parecemos precisar apenas de metades pequenas e que não nos comprometam. "Quero ser livre", mas então que não se mantenha ninguém preso, porque esperar de alguém o que não considera partilhar, é colocar grilhetas nos pés e nas mãos de quem apenas deseja amor. Já não existem amores simples, sem demasiadas cobranças. Amores que passam por períodos experimentais, mas com determinação, querendo e esperando que cresçam e possam permanecer. Duvidamos de tudo, até da nossa sombra e tendemos a ver a dúvida no olhar do outro, talvez porque ter razão nos permita sentir miseráveis com mais convicção. E eu que odeio estar certa!
Já não existem lugares comuns e sonhos partilháveis, agora seguimos por caminhos distintos e encontramo-nos, quando der jeito, num qualquer ponto que nunca colida com o nosso. Estamos bem sozinhos, mas queremos quem nos acompanhe quando nos for conveniente. Queremos o corpo quente e desejado, mas na hora que não derrube as horas dos dias que TERÃO que ser "livres" e nossos. Queremos o que não pretendemos dar e damos cada vez menos. Já não existem votos sinceros, ditos para que os oiçamos realmente, cumprindo cada um. Ninguém quer querer demasiado alguém, não vá a "liberdade" fugir, tal como fugimos nós do que nos poderia realmente salvar.
Não consigo manter o optimismo perante tanta negatividade, mesmo que seja de riso fácil e tenda a relativizar. Não vejo cenários coloridos, nem consigo colorir a minha esperança no que toca a relações. Não invisto, já não, porque não pareço ter forma de encontrar alguém com o mesmo formato. Não amo há demasiado tempo, mas antecipo muito mais desamor, desistindo sequer de olhar de forma mais atenta, não vá ver mais do mesmo, sem ter como me impedir de gelar por dentro. Não voltei a sonhar a dois, mas sinto muita saudade...
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