Não pretendo deixar rasto enquanto me procuro e encontro, todos os dias, mas apenas para me voltar a perder. Não faço escolhas sem medida e já nem amo desmedidamente, talvez porque tenha crescido o bastante para entender e não apenas para sentir. Não tenho do meu lado quem decida precisar de mim e já nem sei o que sinto enquanto pareço não sentir coisa alguma. Não tenho a mesma canção na mente, nem a canto a toda a hora, como acontecia quando a vida parecia acontecer sem que o pudesse escolher. Não voltei a sentir as pernas a tremer, nem o coração a bater de forma descompassada, mas a paz que se instalou devolveu-me um controlo tão grande sobre mim, que sorrio de cada vez que me olho e já não desato a correr, nem sequer do que sinto e muito menos do que poderei provocar em quem me sentiria. Não me voltei a apaixonar, nem a beijar. Não tornei a fazer amor, porque não voltei a amar e nunca mais sonhei com o corpo que até poderia tocar o meu...
Não pretendo deixar rasto para que não cheguem à mulher que sou hoje, sei que é mais seguro e que sou mais confiável, porque agora confio verdadeiramente em tudo o que decido.
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