Nunca te cheguei a conhecer mesmo quando achava que conhecia tudo sobre ti. Senti então que me marcavas com ferros quentes, mas como afinal tudo o que começa também termina, terminou o que me ligava a ti e fiquei subitamente livre. Tínhamos conversas demasiado intensas e aparentemente cheias de sentimento, mas na verdade faltava o mais importante de todos, o amor desinteressado, descomplicado e seguro, mesmo com toda a insegurança que sempre rodeia as relações.
Nunca entendi o que te fazia recuar, talvez a minha aceleração e busca incessante em te fazer feliz, mas sei hoje que a felicidade que me fizeste sentir foi real e que se manteve pelo tempo que permitiste. Foi sempre em vão que te tentei passar a confiança que merecia, mas acabaste a provar-me que não mereceste TUDO o que te dei sem qualquer cobrança.
Houve um final de estrada anunciado bem cedo, mas como escolhi olhar para o lado contrário e acreditar que o amor falaria mais alto, falei menos comigo e parei perigosamente de me ouvir. Foi TANTO o que aprendi contigo, até o menos bom, que agora, depois do que me parecem muitas vidas, já não existem palavras sem legendas nem sentimentos desproporcionados.
Nunca cheguei a saber ao que saberias se fosses realmente a pessoa que fantasiei, mas bebi o antídoto da desilusão e nunca mais me desiludi com os que sabem menos, sentem pouco e nunca passarão a barreira dos amores pequenos. Nunca mais me voltarei a deixar em segundo plano, não depois de ti e não depois da mulher que passei a ser.
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