Qual é o final da tua estrada e para onde escolhes já não ir quando percebes que a parte mais importante de ti ficaria para trás?
Não queria ter que desistir do que afinal até me mantém viva, mas como viver não é apenas o que sinto, escolho não sentir de todo e permanecer em controlo de tudo, de mim, do que ainda preciso de fazer e do que já não repetirei, não nesta vida. Talvez não precisasse de escolher a quina mais aguçada, sentindo a dor que me provoco para me acordar, mas como apenas acordada me sirvo, determino o caminho que tem que ser feito, mesmo que sendo difícil. Há muito que não tirava tempo para avaliar o que passei a ser e do que foi que larguei mão para me manter serena, em paz comigo e pronta para outras batalhas. Pareço ter atravessado algumas dimensões para estar "aqui", mas se fui bem-sucedida, não tenho do que reclamar.
O que carrego dentro e o que gostaria de reintroduzir para me limpar não jogam no mesmo team e porque tudo o que fazemos por aqui tem um preço, pago o meu agora para que não me sejam cobrados juros. Já não dói ouvir-me dizer que desisti do amor, talvez porque não tenha desistido de mim. Já não me mói perceber que nunca mais voltarei a ser tocada como só um "ele" poderia, a pessoa que a minha pessoa reconhecesse. Já não corro para consertar o que se partiu, porque nunca mais poderia voltar a colar todas as peças. Já não quero apenas querer e iniciar a viagem, agora passei a querer controlar cada chegada, todos os destinos e a poder fazê-lo sozinha sem pesos, sem lamentos nem arrependimentos.
Existe sempre muita coragem na mulher que já não olha para trás e que segue, sem deixar descair os ombros, para o lugar que a manterá até que já não esteja mais. Existe sempre um quê de FIM quando se recomeça do ponto de onde nunca se deveria ter saído.
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