Painting by Monika Luniak |
Acredito que escolho apenas ver as melhores partes de mim, mas certamente que terei as que também mudam, da forma errada, quem não as entende!
Escolho acreditar que sou sempre do formato certo, mas nem sempre me acerto de forma a que me possam ler até sem legendas, ouvindo o que digo e o que não consigo dizer enquanto me escudo nos medos de que também sou feita. Escolhi pensar que sou segura o bastante para me segurar quando não estou em sintonia com os que me escutam, mas não ouvem, mas depressa vou percebendo que ou me explico com mais clareza, ou acabo inexplicavelmente sozinha enquanto todos me rodeiam, fazendo um número que não conto e contando-me o que não preciso de saber.
Acredito que o tempo me tem fugido e que mesmo correndo dificilmente irei recuperar o que perdi, do amor, do que já deveria ter criado e de tudo o que crio, aparentemente apenas para mim. Fui acreditando no melhor dos outros, confiando que não seria a única, mas unicamente para me desenganar assim que me mostraram o que lhes faltava. Não deixei de acreditar no melhor do mundo e das pessoas que o povoam, mas aprendi, da pior maneira, que alguns apenas deambulam por aqui, de alma apagada e de coração demasiado dolorido para que não magoem os que se atravessam, sem demasiada cautela, no que consideram ser o seu lugar.
Acredito que ainda vou a tempo de ter tempo para os que importam e que me importarei cada vez mais comigo, porque apenas assim terei verdadeiramente a importância que me atribuir.
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