31.7.21

Quais são os teus defeitos?



Há quem diga que até os defeitos devem ser mantidos e relembrados, não vão os mesmos ser o que nos sustenta o edifício interior, mas permitam-me discordar, porque na minha perspectiva, um defeito nunca poderá trazer benefícios a ninguém e muito menos segurar-nos para que não quebremos. Quando admitimos ou reconhecemos um defeito, o passo seguinte será lapidá-lo até que se reestruture, ou mais fácil ainda, eliminá-lo por completo. O chip que nos inserimos, usando de inúmeras desculpas para o manter e receando perder a única identidade que conhecemos, leva-nos a adiar o errado, recorrendo a histórias que contamos a nós mesmos e acreditando piamente na sua verdade.

Até que consigo entender os "defeituosos" crónicos, é que a sua eterna imaturidade inibe-os de remexer no lixo emocional, catalogando-o e transferindo-o para os depósitos certos. Não aprenderam a reciclar e por isso permanecem apegados ao mal que conhecem, acordando e adormecendo mais seguros da única pessoa com a qual sempre se identificaram e temendo a sua mutação, porque o novo assusta.

Somos humanos e por isso todos carregamos defeitos, alguns serão apenas pedrinhas sem relevo, mas já outros, abrem crateras existenciais e vetam os designados ao exílio social, carimbando-os para a eternidade. Assim sendo e porque pretendo ser lembrada pelo bem que produzo, ou pelo mal de que me abstenho, presto muita atenção aos meus defeitos e trabalho-os até que se esfumem e me restaurem. Crescer e manter a passada que terá que nos levar a algum lugar aprazível, tem como regra a identificação de tudo o que nos compõe e será sempre escolha nossa reavaliar e melhorar, ou manter e morrer de más intenções.

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