7.1.22

O que é que te dou?


Trazes-me o que sozinha não teria forma de conseguir. Não me complementas, porque não é essa a tua função, mas vens com as tuas experiências, o carácter, os olhares do que apenas tu viste e com o mesmo amor que te devoto. A tua paciência sossega-me e os silêncios que me ofereces nunca são ruidosos, sei sempre que mesmo calado estás atento ao que preciso e que os teus abraços me asseguram de que nunca ficarei sozinha.

Apenas agora consigo responder à eterna questão "o que esperas duma relação?" porque foi através de ti que o entendi. Passei a querer o que representas e percebi que juntos somos o que individualmente ficaria aquém do desejado. A pessoa que a nossa pessoa reconhece e aceita, é feita de tantas histórias que merecem ser ouvidas, mas de muitas outras que nunca deveremos contar, porque cuidar é saber o que dizer e quando calar. 

O respeito que me ofereces é-te devolvido na íntegra e cresce nos dois a admiração perante o que nos tornamos quando e sempre que juntos. Sabes sair quando preciso dos meus momentos e estás pronto e disponível quando tenho que beber de ti, porque arranjas sempre forma de fortalecer as minhas forças e de me impelir a continuar na passada que me imprimo diariamente.

Trazes-me tanto depois de ter desejado, mas recebido tão pouco, que só posso esperar ter igual quantidade para te dar.

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