Como abrir, de novo, o coração sem o espartilhar demasiado e sem o forçar a sentir menos ou a receber devagar? Que controlo acreditamos poder ter em relação aos que nos chegam, sem que descontrolemos o ténue equilíbrio que existe no mundo como o conhecemos? Qual a fórmula certa dos que parecem saber como ter e manter quem os reconhece, reconhecendo-os sem demasiadas avaliações, ou avaliando-os apenas pelo que são?
Não receio as noites vazias de gente, porque estou inteira em cada uma, mas gostava de saber como gostar mais dos outros, não lhes vedando o acesso já tão estreito e parando de recear o que me trarão, porque seguramente será o que me faz falta. Já quase que deixei de ter referências que me permitam ajuizar, avaliar e usufruir duma relação nova, mesmo que não as possa esquecer, posso claramente perder algum jeito (o que até que poderá ser bom, visto não ter sabido como manter relações). Dia sim e dia não, sinto vontade de ter mais um pouco de vontade, mas pareço continuar a gatinhar, demorando para me suster em ambas as pernas e simplesmente andar. Medos? Uns quantos, e mesmo que os tente afastar, sei que terão que andar por aqui para que ande de forma mais confiante e segura.
Não sei como mudar os chips, mudando-me no percurso e usufruindo um pouco mais de mim e do que ao dar acabarei por receber. Não sei fazer mais nem diferente, não no que concerne a relações e não para me poder encaixar, redefinindo as posições. Não sei do que sei afinal, sinto que é muito, mas que está direccionado para outras partes de mim. Não sei o que me direi, um dia, quando já nada mais estiver nas minhas mãos, mas acredito que me munirei de boas razões, porque as acumularei, após umas quantas tentativas e erros. Não sei se serei apenas eu, lá à frente, mas a acontecer, terei que me bastar.
Sem comentários:
Enviar um comentário