Nunca fui dada a muito arrojo, ou a cometer loucuras em nome do amor, passei sempre demasiado tempo a medir, a pesar e a retrair-me, mas de repente tudo mudou. Levaste-me à praia num dia de inverno frio, mas cheio de sol e de cores que se misturavam com o mar revolto. Passeámos de mãos dadas, em silêncio. Percorremos a praia até chegarmos à ponta e vermos as dunas que se erguiam imponentes, criando uma barreira entre nós e o mundo. Olhaste-me com ar malandro e cheio de desejo.
- Aqui? Não sei se sou capaz.
- Deixa-te levar, confia em mim, por favor meu amor, sou eu que peço!
Percebi a tua determinação e deixei que me conduzisses, esqueci-me de tudo e senti o meu corpo vibrar de prazer.
- Olha para mim, só para mim e farei de ti hoje uma mulher completa.
Foi tão bom!
Jamais julguei poder desligar e deixar-me ir. Parei de me controlar, aceitei todos os prazeres, senti os teus beijos ansiosos que me fizeram-me perceber o quanto me queres e como és capaz de me transportar para outro lugar, onde apenas existe entrega, corpo e sensações. Fiquei totalmente despida, de pudor, de roupa, de medo, senti as tuas mãos gigantes tocarem-me, mexerem-me, gemi alto e não me assustei, não me segurei. Obedeci-te e em troca deste-me o que nunca tivera antes por medo de arrojar. Mexeste-te devagarinho e não permitiste que terminasse depressa. Hoje soube que só tu me podes devolver o chão, fazendo-me tua, sem restrições. Agora estou pronta, o mundo já pode voltar a rodar ao contrário.
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