Estar sozinha é difícil, quem é que se atreve a dizer o contrário? Consigo percebê-lo quando o tempo me sobra, quando vagueio sem ser incomodada, sem que me cobrem o que quer que seja e por falta de hábito acabo a não saber muito bem o que fazer nem para onde ir, no entanto tenho-me comprometido em aprender, sabendo que me vou cuidar melhor, sendo a que decide e escolhe. Estar sozinha é difícil, mas podemos sair triunfantes, sabendo exatamente onde estamos e o que desejamos. Por sermos animais de hábitos, e porque nós mulheres fomos formatadas para cuidar, o que custa mais é "desprogramar".
Mas estar sozinha também nos enche de uma liberdade que ninguém rouba. Passamos a acertar os próprios passos, indo e voltando sempre que tivermos vontade. Tornamos os dias mais lânguidos, ou aceleramos cada viagem para estarmos onde precisamos. Também sonhamos com os colos que não temos, mas respiramos fundo perante a normalidade que nos acompanha e por sabermos que controlamos a nossa vontade.
Estar sozinha é difícil, porque me estão vedados os abraços que até acredito que mereço e cada um dos beijos que devolveria com tudo o que tenho dentro. Estar sozinha tem sido um misto de teimosia perante a determinação em não incluir ninguém e a vontade de que alguém valha a pena ser incluído. Estar sozinha é o que pareço precisar para entender qual o meu papel, mas espero fazê-lo com a brevidade que me impedirá de ficar demasiado confortável. Estar sozinha é difícil, mas já foi bem mais e é isso mesmo que me assusta!
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