Quando é que opinas demasiado e quando é que deixas o essencial por dizer? Encontrar o equilíbrio no início das relações, e até que já se tenham ambos sentido o conforto do outro, é muito mais difícil do que o que pomos por palavras. Algumas pessoas têm uma enorme mestria para nos deixarem a sentir bem e livres na nossa capacidade de exprimir o que desejamos, mas já outras...
O que é que te posso dizer e quando? Na minha modesta opinião, se tivermos que andar em bicos dos pés, falando demasiado baixo e não olhando intensamente nos olhos, apenas para não perturbar o outro e o seu espaço, então bardacaca, porque ou é, ou é. De que forma consigo conhecer-te, saber o que pensas quando pensas em mim e até onde te sentes capaz de ir por mim, se não o perguntar? De que forma te conheço os gostos e atiço os limites, se não te espicaçar? De que forma nos conseguimos entender e ler, se formos sendo sempre demasiado polidos e metidos na concha?
O que é que te poderia afinal ter dito, sem que te tivesses sentido mortalmente atingido? Teria sido bom que mo fizesses saber, porque saber de ti seria a diferença entre ficarmos, porque te encaixavas, ou desistirmos porque eras demasiado diferente. De que forma esperavas que fosse o meu formato e o que é que te manteve de pés atrás, enquanto os meus seguiam determinadamente na tua direção?
Menos com menos só dá mais na matemática, porque em qualquer outro quadrante da vida, sobretudo no amoroso, apenas o mais com mais nos certifica do que precisamos de ter a dois, de contrário ser um passará a bastar.
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