15.8.22

Sinto a tua falta...



Mesmo o cinzento do céu não abafa o verde das árvores que em breve terão pinceladas de um castanho-mel. Até as nuvens que correm velozes permitem continuar a sentir o calor que virá das pessoas certas, das que ligam para um simples olá, das que se preocupam mesmo e que nos provam que a amizade uma vez instalada permanece.

Já não te tenho tantas vezes, mas sabemos ambas que estamos lá, aqui, em todas as frentes, uma para a outra, partilhando-nos e às nossas preocupações, rindo das tolices e quase chorando das derrotas inevitáveis, porque nem sempre se vence. Sinto-te diferente, uma mulher determinada, de mente mais disposta e aberta ao que será bom para ti. Acho que percebeste finalmente que afinal controlas bem mais do que julgavas, que tens algo a dizer que merece ser ouvido e é por isso que aceito os teus conselhos, porque o fazes de forma a provar-me que nem sempre estou certa, ou tão simplesmente, que tenho que aprender a ceder. Sinto-te a falta. Falta dos nossos momentos de análise desenfreada da vida, das partilhas, dos medos, das esperanças, dos amores mais ou menos correspondidos e das nossas vidas num todo, porque já estamos por aqui há umas quantas décadas.

Ainda há verde, muita cor, mesmo que envolta em alguma solidão, sobretudo porque apenas sentimos falta do que acaba a fazer falta realmente. É bom que saibas que já embarquei em mais uma "viagem" promovida por ti e espero sinceramente que desta vez tenhas mesmo razão, até porque estou a precisar de que precisem de mim como atestas.



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