A soma de todos os beijos, desejos e toques que pareciam tocar, não bastarão para que me possas bastar e por isso continuo oficialmente a sentir saudades de ter quem já me tenha!
Dizias o que até ouvia, mas escolhia reajustar, entendendo que acabarias por dizer o que me levara até a ti. Beijavas com todos os beijos que devolvia, mas eram sobretudo os meus que contavam e carregavam o que nunca conseguias ter. Tocavas no corpo que aceitava o teu, mas apenas para reacender o que há muito estava pronto. Andavas, por alguns momentos, na mesma passada, mas rapidamente passavas para o lugar de onde nunca te consegui trazer e foi o que me fez partir.
Os amores que reconhecemos quando acreditamos precisar de mais, poderão ser tão ilusórios quanto é a razão que os juntou, mas ainda assim embarcamos nos sabores que nos deixam, esperando que o mel compense todo o fel.
Vinhas, algumas vezes, mas apenas metade de ti ficava, tudo o resto, o que poderia ter evitado a fuga de ambos, nunca chegou até mim. Sorrias, quase sempre apenas com os lábios, mas nos olhos repousavam os medos, as dúvidas e as recusas. Sabias que não sabias de ti, procurando em mim o que te continuará a faltar. Tentavas ver-me enquanto me olhavas, mas nunca foi a mim que procuraste.
A soma de um amor solitário nunca bastará para que um outro se junte e se multiplique, e é por isso que acaba diminuído, dividindo em pedaços o que possa ter sobrado.
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