No meu agora existe muito pouco que já não seja capaz de fazer. Estou completamente pronta para permitir que me permitam sentir, sem medos e sem pensamentos que me atropelem, o corpo que até me poderão ter dado, mas que ajudo muito convictamente a manter. O corpo com o qual caminho mais segura, que me representa e mostra o que nem sempre me atrevo. O corpo que já carregou os seres mais importantes da minha vida e com o qual experiencio as sensações que mais nenhum órgão consegue. O corpo que olhas e que te provoca o desejo que apenas eu sei saciar.
O meu crescimento nunca estaria completo se não me soubesse manejar e se de cada vez que sou tocada não entendesse como irei reagir. A minha maturidade chegou também com a física, sobretudo quando percebi o que sou capaz de fazer, quando e com quem. Sou eu que conheço e sinto o meu corpo, mas que permito que me liguem por dentro e me acendam o fogo que apenas dois poderão apagar. Sou eu, sem qualquer pudor, que reconheço o que acabei a criar e que prazer me dá o prazer que me proporciono.
Se vos ensinaram que deveriam recatar as emoções, impedindo-vos de ser verdadeiramente da forma que apenas o corpo permite, então fizeram mal, porque tudo começa e termina com o corpo que nos sustenta, com o corpo que nos eleva e nos deixa prontas, inseguras ou temerárias, mas tornando-nos diferentes de todos os outros.
Sou eu que conheço e sinto o meu corpo e apenas dessa forma te poderei deixar sentir o que até já imaginas. Se estou pronta? Diz-me tu quando me tocares!
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