25.3.23

Com a câmara nas mãos!



É atrás duma câmara que vejo duma perspetiva que nem as minhas palavras explicam. Descobri que consigo ser várias pessoas, cabendo num único corpo, mas tendo-me de forma diferente até em dias supostamente iguais. Percebi que afinal percebo bem mais do que não explico, mas que o faço por escolha, porque escolhi ter no meu espaço apenas o que me devolve o que sei e consigo dar, até quando pareço não estar a dar nada. É com um olhar novo, até para as coisas de sempre, que me foco em pormenores que nunca serão pequenos, não para mim que preciso de me renovar a cada respirar.

Passar-me por imagens, para quem me souber descortinar, é contar outras histórias, com legendas livres e suportadas pelas cores que me enfeitam a vida e das quais me recuso afastar. Adorava saber desenhar e colorir tudo o que a objetiva me permite eternizar. Se pudesse ter um super poder, seria o de recriar o que já existe, mas à minha maneira, nas minha condições e com a paleta que eu mesma saberia inventar, patenteando-a para que outros a pudessem usar.

É atrás duma câmara que faço por chegar ao mundo que ainda só me foi dado saborear nos livros e em todas as palavras que nunca me canso de usar. É com uma câmara nas mãos que planeio criar as telas que "ainda" não sei pintar, mas que claramente me saberão representar.

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