6.4.23

Os amores verdadeiros permanecem!

 


                        Os amores novos não apagam os velhos, a não ser que nem o tenham sido!

- Olá minha pequenina, quem foi que te magoou desta vez?

- Porque dizes isso?

- Simplesmente porque é para mim que regressas sempre e de cada vez que alguém te ilude e amachuca esse coração gigante. Confesso que desta vez estava a desesperar, comecei a acreditar que alguém suficientemente inteligente te teria roubado de mim.

Nunca, durante a vida que já vai para lá de longa, senti o amor que me devota quem esteve sempre pronto para mim. Minimizei, amiúdes vezes, o que dizia sentir e que era visível, na esperança de que não sofresse, mas não sem me questionar se não estaria a desperdiçar o que tanto fiz por ter. Consegui perceber o sorriso que colocou nos lábios após a minha chamada, certamente que foi de orelha a orelha. A voz quente e sempre cheia de sons meigos e plenos de sabedoria, impediram-me de querer sequer chorar, talvez porque já não tenha lágrimas para derramar. Não sei porque motivo amamos ao contrário, a velocidades descoordenadas e em tempos que não se cruzam, mas sei, hoje mais do que antes, que nos devemos dar a oportunidade de ver o outro como somos vistos e quem sabe o nosso poderoso órgão não reflete e se rende.

- Desta vez não vou caminhar à tua velocidade ou aceitar os teus termos. Agora e após estes preciosos minutos, vais passar a ter-me por perto, colado ao corpo com o qual sempre sonhei e beijando a boca que me enlouquece de tantas maneiras. Desta vez vou ser o piloto e vou-te mostrar o que significa sentir amor, porque apenas o tens dado. Desta vez vais deixar que te ame até que te falte o ar e que o teu corpo se renda. Desta vez, mulher que tanta vida me tem roubado, fazendo-me esperar em vão pelo que terá que ser meu, vais ouvir-me dizer, enquanto te sufoco de um amor que ameça rebentar-me o peito, que continuo a amar-te e que o fiz no primeiro minuto em que te vi. Desta vez não te deixarei reclamar do que sempre tiveste, porque amar-te será tão somente o que farei melhor, tive anos de prática e fiquei pronto para te roubar ao resto do mundo. Desta vez, não sei em que exato momento, mas sabendo que acontecerá, vou ouvir-te dizer que também já me amas.

Prometi-te que eternizaria as palavras que já não ficarão apenas no teu mundo e é desta forma que assino o contrato que redigiste, porque desta vez também eu me rendi ao óbvio e fiquei pronta para ti.

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