A paz não tem preço e aquela que sinto agora, faz com que até os barulhos habituais tenham uma sonoridade distinta, bem mais clara e tranquilizadora. A paz que se instalou quando já não esperava por nada, apenas por mim, fez-me estar de regresso às rotinas, mas acrescentando algumas que já planeara. A paz é demasiado preciosa para ser vendida, porque é com ela que ampliamos a construção diária de carácter e de bom senso.
Quero voltar a adormecer e a acordar plena de energia e de sorrisos até quando pareço ter poucos motivos, pelo menos aos olhos dos outros. Quero ter esta nova sensação de surpresa e de interesse genuíno que chegou de quem nunca se afastara demasiado, talvez porque tenha precisado de dar voltas ao contrário para o ver realmente. Quero que me queiram com as palavras que me sopraste e das quais não fugi, porque estou bem mais serena e pronta e foi dessa forma que me prontifiquei a aceitar o que antes recusara. Quero que o julgamento seja desnecessário, porque estaremos ambos, eu e tu, a ser e a querer de igual forma. Quero que tenhas alguma paciência com a minha recuperação, mas que me apresses para que me afaste, rapidamente, do que não provocaste.
A paz que o teu sorriso me passou e o conforto do abraço que afinal tanta falta me fazia, trouxe-me de volta ao tempo e ao momento em que nada nem ninguém me impedia de ser olhada de frente. A paz vai passar a ter o teu sobrenome e será assim, de bem comigo, que te deixarei ficar enquanto entras um pouco mais em mim. A paz seguramente que também terá o sabor que já provei dos teus lábios e que passei a querer de volta, ampliando o que já sabes que tenho.
Quero ser capaz de voltar a sentir sem demasiadas dúvidas, mas com todas as respostas que tens dado, antecipando as minhas perguntas. Quero e isso já é uma passo gigante, por isso sê bem vindo!
Sem comentários:
Enviar um comentário