7.4.23

Porque é que tudo parece tão fácil contigo?



Porque é que tudo parece tão fácil contigo? De onde te vem a ligeireza e essa capacidade de me desconcertares, concertando um coração feito em pedaços? Quem te ensinou a tratar desta forma, bonita e generosa, uma mulher? Para onde enviaste as dúvidas com que me inundava, sozinha, porque até sabia por que duvidava? Quem és tu afinal, penso enquanto te olho e percebo que nada sabia de tudo o que julgava saber?

Entendes o meu ritmo, mas consegues impor o teu com um olhar tão determinado e uma voz que não permite segundas opiniões, que me deixo levar, entregando-te os momentos que tens usado para me fazeres sorrir. Tenho-te pedido desculpas mentalmente, temendo pelas palavras que teria que soltar para admitir que estavas certo, estiveste-o sempre. Rio-me das tuas piadas tolas, mas é com tanto empenho que as contas, que acabo a reconhecer-te mais um talento. 

Porque é que nunca te consegui ver assim como és, despretensioso, tranquilo, mas agitado o suficiente para não te parares e tão envolto em boas energias, que me sinto a flutuar? Onde foi que andaste a minha vida toda? Sei que chamei por "ti", tendo descrito, com bastante rigor, tudo o que esperava dum homem e que nunca seria demasiado porque lhe devolveria tudo em dobro. Sei que nunca desisti de o encontrar, mas que parei de o procurar, aceitando os que chegariam por pura distração e sob forma de pergunta do Universo - É mesmo assim, com todas essas prerrogativas que desejas ter ao teu lado a tua metade inteira? - Estive algum tempo sem responder, talvez demasiado e foi talvez por isso mesmo que demorou a chegar, mas já o gritei, a plenos pulmões, enquanto conduzia de regresso a casa, SIM, é exatamente assim!

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