As crises existenciais não são a minha praia. Não gosto de não saber quem sou, o que me cabe fazer e até onde preciso de ir. Procuro, incansavelmente, por cada um dos momentos nos quais poderei ser apenas eu, como me fizer sentido e aligeirar os dias. As conceções na forma de anti-resistência, não me tornam mais resistente, acreditem, já o tentei. As palavras que agora uso bem menos, sobretudo com quem não as entende, explicam-me o que os meus silêncios já descodificam, de forma serena e revolta, mas sempre em meu benefício. A certeza de que sou diferente e que jamais procurarei pelo igual que nos afasta a todos, faz-me continuar a trabalhar no que ainda verei acontecer. Estou bem mais focada em mim e em tudo o que me enche de energias, porque do nada se esvaziam e porque não pretendo esgotar-me para que me escolham.
Quem sou e o que faço aqui? Continuo a trabalhar ambas as perguntas, porque pareço ser sempre diferente, dependendo de quem me olha e dos poucos que me conseguem ver. Já faço muito e encontrei uns quantos propósitos, mas com espaço para bem mais. Onde me vejo quando olho para a frente? Em cada um dos lugares para onde seguramente voltarei, porque já estive em cada um. O que posso e devo continuar a dar? Tudo o que conseguir receber de volta e nem uma grama a menos.
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