Se me visses e se fosses capaz de me sentir, sentirias o quanto o amor me mudou. Se estivesses na mesma sintonia e não te forçasses a ser quem na verdade nunca reconheci, reconhecerias as mudanças que operaste em ti para que finalmente pudesse caber. Se nunca tivessem existido tantos "ses" na vida que juntaste, ano após ano, até me conheceres, já me terias visto há muito. Se conseguisses ler o que carrego dentro, agora que entendo e aceito que apenas me fui carregando a mim, saberias do que padeço, porque a verdade é que nunca consegui estar no teu lugar certo.
Sentir enquanto estamos, e estar sem que o sentimento nos envolva em demasiadas perguntas sem resposta, é um lugar novo para muitos, provavelmente para os que nunca olharão demasiado para o agora, não vá ele permanecer. Sentir a dois, sem reservas, mas reservando-nos o direito de não precisarmos de nos fazer anunciar, porque seremos sempre bem vindos, é o que desejam, para lá dos sonhos, os que anseiam parar de sonhar, começando a viver. Sentir que o mundo nos posiciona no exato momento e lugar no qual seremos únicos e diferentes, é o que deveremos saber exigir, nunca abdicando do que ainda pretendemos conquistar.
Se me conseguisses ver para lá do que projetas nos outros, saberias de que forma aceitar as diferenças que me tornam única. Se não estivesses demasiado voltado para o que já viveste, talvez fosses capaz de viver comigo o que te negaste. Se deixasses no passado o que o meu presente não contempla, até porque não alimento o que já não me representa, quiçá não teríamos como desenhar um futuro possível. Se me tivesses aprendido a amar quando mais precisava, não precisarias agora de provar o que já não pretendo reconhecer, porque percebi que nunca tive a quem amar...
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