NUNCA pretendi ser apenas alguém que tivesse uma denominação específica imposta. Jamais me revi em papéis únicos e fui, em todos os momentos, a Mulher que concebo, para chegar à mãe que nunca planeei ser, mas que me revelou muito do que aprendi e uso hoje. NUNCA esperei por momentos específicos para passar o que carrego aos meus 3 filhos, porque apenas assim terão como balizar as suas vidas emocionais, pelo contrário, estou sempre quando de mim precisam e jamais deixo de estar quando acham que não lhes faço falta.
Ser mãe tem lugares diferentes para cada uma e cuidar, para toda a vida, dos seres que nos foram confiados, uma missão mais ou menos definida para umas quantas!
Vou tentando fazer de mim a Mulher que escolheu ser mãe, porque ela terá que continuar, quando o ninho ficar vazio, a viver a vida que sonhou conquistar. Ser mãe é um lugar de chefia sem patente, por vezes assessorado, mas muitas outras apenas alimentado por quem o pretender ser enquanto crescer, com falhas, aprendizagens, desejos e medos, muitos, tantos que não caberiam em compêndios com vários volumes. Ser mãe até quando aparentemente não o estou a ser, faz-me incluir em cada escolha os que sentirão os seus efeitos. Ir para que ficar não se torne demasiado e ficar, porque me foi solicitado sem palavras, tornou-se um puzzle com peças novas e formatos diferentes, mas que desejo movimentar com mestria. Ser mãe não começou apenas num dia, naquele em que tudo mudou mal recebi no colo mais uma vida, ser mãe é o meu eterno posto sem reforma, a escolha que me suga cada grama de energia, mas que me é devolvida com os sorrisos, as conquistas e com as metas que até poderão falhar, mas que estarei pronta para ver atravessar. Ser mãe não se esgota em textos, nem em todas as palavras que me ocorra usar. Ser mãe é poder sê-lo, não importa a forma ou a origem, desde que lhe retire o peso e lhe some o amor. Ser A MÃE é o que continuo inesgotavelmente a questionar, porque se para sê-lo bastasse tudo o que sinto, então já teria chegado.
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