Esperei, esperei muito, mas nunca saí da sombra. Esperei pelo teu sorriso genuíno, segura de que me era dirigido, mas nunca aconteceu. Esperei por palavras que fossem apenas minhas e com as quais o nosso amor crescesse, mas nunca veio e apenas o meu se aproximou.
Caí, duma queda livre e sem nada que me segurasse, para o abismo dos que permanecessem sozinhos na intenção e no desejo. Nadei contra correntes e mesmo sendo exímia nadadora, por diversas vezes quase que me afoguei. Caí de amores, por ti, mas nunca te tive no amor sob o qual tantas vezes escrevi. Caí, mas de forma consciente, calculando as mazelas e as dores que se colariam, no entanto fui forçada a aceitar o inevitável. Caí, não por ignorância e nunca por desconhecimento, mas apenas porque decidi testar a vontade que coloco em tudo o que sou e faço.
Esperei pelo que nunca poderia ter chegado, não depois do NÃO declarado que me ofereceste, mesmo que sem palavras. Esperei por escolha, mas desisti por lucidez e auto-cuidado.
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