O que vês quando me estás a ver? Provavelmente nada, porque para se ver há que saber para onde e de que forma. O que ouves quando me escutas? Será que são as minhas palavras, com os meus sons e da forma que falo, ou será que arranjaste forma de escrutinar, filtrar, ou até desvalorizar o que tanto repito, insisto e persisto, mas apenas para me iludir? Será que te dói ver-me em tantas dores, ou será que já as aliviaste, as tuas claro está? Será que seres tu é que conta, ou será que apenas contas com o que te torna a pessoa que na verdade sempre foste? Será que alguma vez provaste o inequívoco sabor do amor, ou será que ainda o procuras, ofegante e consciente da velocidade do tempo?
Tudo o que nos força a demasiadas questões sem resposta aparente, ou tempo útil, apenas nos remete para o lugar do morto e para o vazio que se instala em noites de solidão acompanhada. Tudo o que não vem de forma natural ou simples, jamais transformará o tempo que o nosso tempo nos fizer perder. Tudo o que nos for oferecido em formato de presente mal embrulhado e naturalmente envenenado, apenas servirá para nos infligir mortes lentas. Tudo o que não souber a novo, jamais passará de reles repetições, muito provavelmente de vidas e amores mal vividos. Tudo o que não for nosso, jamais nos pertencerá em pleno.
O que vias de cada vez que me olhavas e não me conseguias ver? Seguramente que saberás a resposta.
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