As despedidas foram duras. Deixar-te para trás quase que me impediu de seguir, mas o que tivemos vai ter que nos bastar.
Os nossos beijos foram sempre intensos e a saberem aos ultimos. Os nossos toques tocaram bem mais do que a pele que fizemos arrepiar. Os nossos olhares falaram por nós muitas vezes, mas hoje as palavras jorraram, numa necessidade de não nos calarmos perante o muito que ainda nos falta dizer. Os nossos abraços abraçaram mesmo e deixaram promessas que muito provavelmente não teremos como cumprir, mas ainda assim foi feito e selado com dezenas de beijos, sôfregos alguns e suaves outros, porque suave foi a passagem de cada um de nós na vida do outro.
As despedidas já fazem parte do meu cardápio anual, mas em cada uma deixo um pouco mais de mim e levo o que os outros têm para oferecer.
Não conseguias parar de me tocar e acariciar. A tua vontade era latente, mesmo que te tentasse sossegar e o amor foi feito uma e outra vez, sabendo sempre a muito pouco. Não sabiamos mais o que fazer para perpetuar os segundos que a vida escolheu roubar-nos e não importa o muito que fizemos por ter. Não mais voltaremos a ver repetidos os dias que antecederam o que chegou, implacável e sem qualquer possibilidade de retorno.
As despedidas, para os que se amam, serão sempre o que gostaríamos de evitar, mas também é delas que se escrevem histórias que permanecerão para sempre.
0 Comentários