Ontem foi dia de “jardim”. Foi uma terapia saudável, mas
que me fez doer o corpo e hoje parece que fui atropelada por um comboio. Todos
nós deveríamos ter um pedaço de terra para cuidar, para embelezar. Movi as
pedras de lugar, cuidei das plantas, fizemos bolo, eu e os filhotes mais novos,
e sempre sobre o olhar guloso e atento dos nossos dois companheiros de quatro
patas. A vida no campo tem coisas maravilhosas, não apenas o ar, mas a sensação
de pertença, de que conseguimos produzir, fazer crescer. A terra nas mãos
transporta-nos para as origens, onde éramos nós e a terra.
Senti-me mais mulher, foquei-me nos que nos pode
verdadeiramente fazer felizes, que é pôr as mãos na massa, fazermos nós mesmos.
Consegui visualizar para além do que já está e em breve tenciono fazer muito
mais. “Terra é terra”, já dizia alguém em tempos. Afinal a vida não é apenas
negócios, correrias, compras, gadgets. Existem outras sensações igualmente ou
mais poderosas que nos preenchem. Enquanto pintei, cultivei, adornei, só pensei
naquele lugar e em como o tornar acolhedor e agradável para todos nós. Foi
melhor que uma ida ao analista. Que paz!!
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