Tinha acabado de sair do meu banho relaxante, a corrida na praia já tinha terminado e preparava-me para me deitar nua, livre, no meu sofá a começar mais um livro. "Dolce fare niente", têm sido assim os meus dias, mas eis que me tocam à campainha. Que estranho, não conheço aqui ninguém...
- Olá, segui-te para saber onde moravas. Posso saber como te chamas?
Ele estava aqui, na minha frente, com o tronco nu, camisa ao ombro, um pouco ofegante, estava obviamente nervoso e com um olhar cheio de desejo de mim. Retesei-me, nervosa e mantive-me sem falar, lembrando-me de que estava enrolada a uma toalha minúscula.
- Já não consegui controlar-me mais, tens-me enlouquecido estes dias, que mulher linda tu és, sensual, de bem contigo, consegue-se perceber, e com tudo no sítio.
Tentei falar, mas já não consegui. Fui erguida no ar, carregada para o que lhe pareceu sem erro ser o meu quarto e depois disso, o céu. Fui envolta em mistério e desejo, senti a minha boca esmagada, sugada, o meu corpo moveu-se obediente e sequioso daquele homem que também eu via, cada dia, todos os dias. Ele estava a ser muito mais do que os meus sonhos húmidos haviam permitido, sabia onde e como me tocar, o seu desejo, suspiros ofegantes, palavras de carinho ao meu ouvido, tudo nele me despertava para mais de um ano sem sexo, sem prazer físico, sem me saber mulher.
Não sei quanto tempo estivemos na cama, no chão,de pé de encontro à parede onde me esmagou e me mostrou que tão depressa não conseguiria saciar-se de mim. Só nos acalmou a fome, fome de comida mesmo, estávamos famintos, desgastados, sedentos de líquidos porque teríamos derramados todo o nosso. Vim-me uma e outra vez, até se tornar doloroso. Não sei quem é, como ficaremos depois disto, mas o que tive, para já bastou-me, fez-me ser completa outra vez. Estou pronta para o que se seguir!
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