Carlos...




Não me sentia bem, tinha um aperto no peito, não estava a ser boa companhia e abandonei o grupo que nem se deverá ter apercebido da minha "fuga". Há dias em que te sinto, pressinto e em que a tua falta me sufoca. Sei que não estás muito longe, mas não estás aqui, agora, já, quando preciso tanto!

O parque está carregado de folhas castanhas e douradas, vejo casais de mãos dadas, beijos roubados e os patos no rio gelado, tanto quanto o meu peito agora. A vida são momentos, todos e cada um, e deixa de fazer sentido quando não estamos felizes. Sem ti não sou a mulher que conheço.

A garganta ameaça um grito, olho em volta envergonhada, não quero parecer louca, mas não aguento mais...

- Carloooooooooos!!!
- Sim meu amor, estou aqui.

Voltei-me em transe, só poderia estar a sonhar, era a tua voz, mas... mas eras mesmo tu, de frente para mim, de olhar meigo e de quem entende a falta que os nossos corpos sentem, da vida que iniciámos e que abruptamente interrompemos. Tomaste-me as mãos e falaste compassado e determinado.

- Vais comigo agora, não quero que digas nada, desta vez obedeces e aceitas, porque já entendeste que nada mais vale a pena se não estivermos juntos.

O meu beijo foi desesperado, a sua boca aqueceu-me por dentro e fez-me sentir revigorada, pronta para tudo o que viria. Não, não vou dizer nada, vou-te obedecer...

- Sabes que te amo, não sabes?
- Sei pois, acabaste de o gritar.

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