Quem se atreve a estar de volta a uma
relação, a começar do início, a arriscar e a querer o bastante para que
aconteça? Os que sabem que de outra forma nada do que fazemos nesta vida terá
sentido. Esses vão arriscando, caindo, levantando e aprendendo, por vezes à
força, mas determinados a serem bem mais, a chegarem mais longe e a darem na
proporção do que esperam ainda vir a receber.
Alguns ainda se atrevem a amar quem está do outro lado das
suas vidas, quem não conhecem, mas desejam o bastante para o permitir. Alguns atiram-se com tudo o que têm e são, achando que bastará. Alguns determinam
tempos e investem até que se esgote, ou eles mesmos acabem a desistir. Alguns mantêm
firme a determinação e a certeza de que a metade que os completará existirá ainda nesta vida. Outros haverá que se amargam tanto, que acabam a não
conseguir ver quem os olha. Outros, talvez a maioria, rejeitam a
dor, a que receiam lhes venha quebrar o sonho. Outros ainda,
jamais se conseguirão recuperar de amores dolorosos e de metades que não
conseguiram encaixar, esquecendo-se do sabor que tem ter
alguém que lhes pertença.
Ainda sei de quem se atreve, de quem se dá bem, de quem
consegue receber alguém que planeou e por quem esperou. Ainda me
animo perante os que têm amores que perduram no tempo, com todas as tempestades
emocionais de que somos capazes. Ainda me vou espantando com
os que não desistem e juram saber que o que lhes pertence virá. Ainda acredito,
eu mesma, que terei direito a saber para quem vim, quem me tomará de forma
segura, não arriscando perder-me, porque quando estou, quando sou e dou TUDO o
resto deixará de ter importância, porque é este o tamanho do amor que
me foi confiado.
Acredito que quem se atreve a amar acaba eventualmente por ser amado!
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