Por vezes oiço reclamações, vejo reacções, e sinto desilusões que se tornam legítimas, mas que raramente são analisadas da forma certa, porque de volta a nós, estará tudo o que demos e não importa se de forma intencional, ou se apenas e só por más escolhas.
Não estranhes por isso, que de repente, do nada, te venha parar TUDO às mãos, o bom e o mau. Não estranhes que algumas dores sejam mais violentas do que o habitual e que te pareça que estás a receber um castigo dos céus. Não estranhes que te virem as costas, ou que te neguem o que decidiste só agora ter. Não estranhes a dificuldade no caminhar e o arrastar do que te parecia ligeiro.
Não estranhes a tua estranheza em tudo isto, porque muito do que te ficou no passado, permitiste que ficasse mesmo lá, apenas mal arrumado.
Se adivinhássemos, ninguém se perdia, certo?
A verdade é que também precisamos de viver, de carregar com o que acumulámos e de aceitar que nem sempre estivemos bem. Se o sabíamos? Talvez sim, e talvez quiséssemos enfrentar o destino, desafiando-o com a nossa motivação. Talvez fossemos apenas estúpidos e inocentes, ou talvez a nossa paixão nos movesse, tal como se movem montanhas, pena que tivéssemos, a maioria de nós, permanecido no mesmo lugar.
De volta a nós até poderão estar amores do passado, pessoas que permaneceram, mas que apenas se distanciaram. De volta a nós, agora, até poderá estar o que sempre desejámos, mas o que quer que nos chegue, terá um motivo, um momento e um ciclo para fechar. De volta a nós, espero que venha a sabedoria que nos faltou.
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