As mulheres que mandam estão a proliferar, como cogumelos e a tornarem-se assustadoras, até para as outras mulheres, as mais comuns!
Que fenómeno é este, e o que as motiva?
Serem "elas" as que decidem, as que escolhem, e as que têm que ter e fazer, fornece-lhes uma carapaça demasiado dura, um caminhar seguro, de quem sabe sempre como e por onde, mesmo que a razão lhes fuja.
As mulheres que mandam, que organizam vidas, desde que se levantam até que se deitam, não arriscam sentir fragilidades, não sabem como permitir que as cuidem, não amam para não serem magoadas, e não se entregam para que possam continuar na mesma linha, sem dúvidas nem sobressaltos. As mulheres que mandam não querem ser enganadas e apenas esperam ouvir o que lhes for dirigido e verdadeiro.
Será que mandam porque assim o decidiram, ou porque não lhes restou alternativa?
Todos nós, sem excepção, precisamos de ser cuidados, olhados com atenção, sentindo que nos dispensam o tempo que nos faz falta, para nos entregarmos sem reservas. Mas a verdade é que existem novos modelos, novas formas de levar a vida, novas motivações até para o amor. Tudo passou a ser diferente, mesmo que nem sempre melhor. No entanto gerirmo-nos, fazermos o que tem que ser feito, não podendo esperar por quem não espera por nós, força a que algumas vistam as calças, literalmente, e tomem conta do seu mundo, sozinhas.
Que bom seria, para cada um, poder entregar-se, repousando das dificuldades que sempre acabam a surgir. Que bom seria, termos quem nos apertasse e assegurasse, sem palavras, que podemos e devemos ceder de vez em quando. Que bom, para muitas como eu, que não tivéssemos que mandar sempre e que também fossemos apenas e só mulheres.
As mulheres que mandam, também amam. Também choram e também precisam de colo. ELAS são feitas da mesma forma, apenas tiveram que seguir de forma diferente.
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