Falámos muito ontem, sobre a forma como me vês e não consigo deixar de me surpreender com os pormenores, com cada detalhe e até com os sons e cheiros que dizes ter colados a ti. Fazes-me sentir pequenina, sem importância e com a sensação de que falhei ver-te. Não gosto da forma como te lembras até do que dizia. Acumulas demasiado e fazes-me recear até os pensamentos.
Nunca tinha conhecido um homem com tanta intensidade nas palavras e com esta capacidade, gigantesca, de me analisar e de perceber o que estou a sentir. Nunca me tinha "chegado" alguém tão parecido comigo, tão gutural, tão ciumento, tão atento aos tempos e a não querer dividir sequer o ar que respiro. Nunca senti na pele tanta entrega, tanto desejo e tanta vontade de estarem na minha vida.
Deixas-me quieta, a medir os meus movimentos e a ter que me deixar pronta para te receber, a ser apenas tua e mesmo que me confunda, sabe-me bem, desacelera-me até o metabolismo. Deixas-me como nova, a olhar-me de forma diferente e a cuidar-me mais, de todos os pormenores, ficando em primeiro lugar, para que depois possas ser apenas tu comigo.
A forma como me vês também me entristece, porque acabo a perceber o que nunca tive e que nem sequer fui importante o bastante para quem me chegou a pertencer. Chegaste, aceitei-te, entendi do que falavas e vou entendendo diariamente, porque me forças a que não carregue dúvidas e porque me queres a querer-te, da mesma maneira. Nada jamais poderá voltar a ser igual e mais ninguém me poderá fazer falta, não agora, não depois de te ter e saber o que consegues. És o homem que pedi, da forma exata como me atrevi a sonhar, vendo-te por diversas vezes nos meus sonhos, porque sabia que existias e porque te mereço.
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