Como se pode magoar quem se ama, não considerando o que precisa para ser feliz?
Como poderia, em algum momento, não desejar que o desejo de mim o inundasse, tanto, que não precisasse de nada mais ao redor? Como poderia, não ter por missão, insuflá-lo de todo o amor que venho a construir, para que o amor que virá dele se junte ao meu?
Como se pode deixar de pensar em quem apenas pensa em nós?
Amar até poderá ter muitas definições, uns quantos lugares comuns e muitos debates associados, mas por mais voltas que acabemos a dar, amar será sempre a única forma de cuidar, incondicionalmente, de quem nos ocupa o órgão mais importante do corpo.
Como se pode não entender que apenas juntos, a percorrer os mesmos caminhos, se terá forma de construir o que irá permanecer?
Ter alguém que nos encha de sonhos a mente, e nos percorra o corpo com sensações que nos recordem do quanto deveremos estar vivos, nesta vida, faz com que tudo valha a pena, e que até as distâncias, os pisos mais instáveis e o céu mais negro, tenham um olhar diferente, uma alternativa que mais ninguém parece vislumbrar, e o alento que NADA terá forma de quebrar. Ter alguém que saiba o que somos, como sentimos, amando-nos da forma certa, da única, confere-nos poderes que se apoderam até dos mais "fracos". Ter alguém, do lado, ao nosso lado, não impedirá as catástrofes naturais, mas torná-las-á menos destruidores, destruindo o que ameaçar destruir-nos.
TANTO que posso, ainda, dizer sobre o que me move, a cada dia, TANTO que NUNCA, JAMAIS, poderei entender quem se permita calar, afastar e recolher da única "coisa" que realmente vale a pena ter e sentir. Se podes e consegues não me amar, perda tua, descuido teu, daqueles que pagarás com quantas vidas acabares a viver. TANTO que poderia ainda perguntar, mas só me ocorre uma, a única, que até te poderia ensinar algo, a que afastarás, uma vez mais, mesmo que a faça, mas que vou mesmo assim fazer - como se pode, como podes tu, desistir de mim?
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