Quando falamos de nós, temos que falar da confiança, do amor que nos une, do desejo de nos continuarmos a desejar e dos medos que nos assolam aos dois, de nos perdermos, perdendo-nos para nós!
O Tudo é sempre que te posso ter, de cada vez que ficamos tranquilos, num namoro que se prolonga e do qual não nos cansamos. O Nada acontece de cada vez que nos "fugimos" e não conseguimos dar um ao outro o que cada um tem, vendo os minutos transformarem-se em longas horas.
Já sei o que quero e o que preciso de ti há algum tempo. Sei sobretudo que não quero continuar nesta vida e neste meu percurso, se não estiveres. Sei que contigo os planos podem ser feitos e já estão a acontecer. Sei que passei a ter mais responsabilidades e uma delas passa por te incluir em mim e em nós.
Ontem o nosso pedaço de Tudo foi tão bom que nos tranquilizou e recordou do que fazemos "aqui", tu e eu. Ontem o Nada ficou longe, mas perto o bastante para nos lembrarmos do que significa não nos podermos ter. Ontem pudemos alimentar-nos um pouco mais, dizendo o que os últimos dias nos roubaram e que quase nos impediram de funcionar. Ontem fui, mais uma vez, recordada de como é importante sabermos de nós, sobretudo eu de ti, porque sofro duas vezes, é inevitável. Eu sei sempre a falta que te faço, pela falta que me fazes.
O meu primeiro Nada foi bem doloroso e fez-me desvalorizar os que apenas andam por aqui, à espera não sei bem do quê, reclamando do que não permitem acontecer, por preguiça mental e pela enorme incapacidade de se decidirem, de saberem ao que vieram. O meu primeiro Nada apenas serviu, de forma ainda mais forte, para que eu percebesse que o que importa permanece e que quem nos quer, verdadeiramente, não desiste de nos ter.
Obrigada por estares desse lado, assim, com o Tudo que me dás, até quando falho sentir-te. Obrigada por seres quem preciso para superar todos os Nadas que ainda virão até nós!
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