Ninguém, mesmo ninguém, consegue encher cada pedaço de todos os pedaços que tanto me custaram juntar. Ninguém sabe, em todos os momentos, o que sinto, o que penso e desejo para além dos meus desejos, aqueles que até incluem alguém. Ninguém me impede de sentir que estou apenas eu neste mundo e lugar e que terei que ser eu, por mim e comigo o tempo todo.
Onde quer que vá, por onde me deixe ir, estarei EU. Onde escolher caminhar, vendo o chão que terá que o continuar a ser, porque serei eu a caminhar, nele.
Será que sabe bem poder desligar? Será que ainda terei nesta vida uma outra vida que me saiba cuidar? Será que conseguirei que me ouçam sem falarem, sem carregarem o que já carrego há muito? Será que ainda chegarás a tempo?
Ninguém sabe, tal como não saberei por vezes o que me ensombra e até onde consigo ir quando me forço mesmo a ir. Ninguém entende, não ainda, talvez porque não o saiba permitir, o que me dói quando sinto dor, o que me magoa quando deambulo descalça no chão que não é o meu e o que me mata por dentro de cada vez que falho entender quem não se entende, quem apenas anda e caminha devagar, numa falta de pressa que impede de ir, de chegar e de ter.
Quando será que alguém me fará mudar de ideias e onde estará esse ninguém pelo qual ainda espero?
0 Comentários