Não sei em que partes do dia serei apenas eu. Não sei em que momentos me reencontro comigo e consigo perceber o que represento para os outros. Não tenho forma de avaliar qual a extensão dos meus toques e porque pareço não me identificar com a forma como me identificam os que se atrevem a dizê-lo. Não sei como ser apenas eu, porque isso parece agigantar-me, deixando-me muito mais longe dos restantes mortais e isso é deveras solitário.
Quando é que sou eu? Como é que sabes que o estou a ser? Quanto é que me conheces já?
Por vezes é tudo mecânico, auto programado, desprovido de qualquer emoção. Por vezes também finjo, como o farão todos os outros, e ofereço os sorrisos que a minha alma não carrega. Por vezes também desisto, e de cada vez que o faço, sinto-me mais pobre, e menos preparada para a "despreparação" emocional de que se padece neste milénio. Por vezes também me desiludo e percebo que não há nada que eu possa fazer por quem nunca fará nada por mim. Por vezes saio eu a perder, mas nunca me perco, porque nessas alturas volto a ser apenas eu, e outros serão o que entenderem, mas sem mim...
0 Comentários