Será que alguma vez te arrependes da quantidade de amor que passas? Será que consegues sempre entender quem não te entendeu, perdoando cada falha e incapacidade? Será que sabes retomar-te do ponto em que deixaste de ser apenas tu, e voltar a sentir o que sentias antes?
Arrependes-te de seres como és, ou acreditas que estás neste formato porque nenhum outro seria possível?
Sei que me arrependo de não ter dado mais, de não ter sentido, mais vezes, a boca de quem deixaria de me beijar. Arrependo-me do muito amor que se deixou por fazer, quando e enquanto os corpos ainda se colavam de forma segura e determinada. Arrependo-me, e muito, de não ter dito que amava um milhão e meia de vezes, ao contrário de apenas um milhão. Arrependo-me de não ter olhado com mais intensidade, mais fundo e por mais tempo...
Ser assim e perceber que o sou, não me deixa dúvidas de que é esta a mulher que me serve. Sei que continuarei numa linha que não me defrauda, porque me asseguro a mim mesma de que nunca poderia ser outra ou sequer de outra forma. Gosto de mim, sim, até com os excessos que tanto parecem assustar os outros. Gosto de mim porque consigo gostar de tudo o que me rodeia, o que crio e o que acabo a viver. Gosto de mim e exijo que gostem da mesma forma e só me poderei arrepender se permitir, num qualquer dia de insanidade, que me ofereçam menos do que aquilo a que tenho direito.
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