1.8.16

A Mónica e as Mónicas...



Fendi:

A Mónica foi sempre aquela mulher que virava cabeças e fazia os homens caírem aos seus pés. Não era inocente de todo, sabia bem ao que ia de cada vez que saía de casa. Preparava as caçadas com toda a classe que até tinha e passava aquele ar de matadora que parecia fazê-los salivar.

Nos seus anos gloriosos escolhia-os a dedo, com todas as exigências que se impunha, algumas bem disparatadas e sabia-o, chegando a namorar 2 e 3 ao mesmo tempo. Escolheu, pediu e recebeu, sempre que quis e enquanto quis, cuidando pouco de se cuidar, emocional e intelectualmente, e esquecendo-se do óbvio, que o corpo, o invólucro, vai-se, apaga-se e deixa-nos vazios se mais nada nos encher por dentro.

A Mónica viveu mesmo, é o que ela nos diz. Sentiu o que poucas mulheres se podem vangloriar numa vida inteira, mas o que lhe restou afinal, agora que é apenas a Mónica, sem efeitos especiais? Pouco, muito pouco, mas ganhou em frustrações, em esgotamentos e tudo mais que chega ao corpo cansado e desiludido com tanta futilidade.

Tantas Mónicas por aí, cada vez mais, e perceber que as conheço e que nunca mais serão o antes, o que consideravam o melhor, esquecendo-se de que o tempo é este no qual se vive, o hoje, porque nada mais nos resta, nem sequer o que o corpo sentiu e o coração desbaratou. Não sei o que sentir por ela e por todas elas que deambulam por aí, não sei como avaliar ou quantificar o que tiveram, o que sei é que não compensou, nem poderia, porque não temos como usar os outros e sair sempre ilesos.

O tempo passa e nós precisamos de o saber valorizar, cada segundo, somando os minutos que no depois farão tudo valer a pena. Não há outra fórmula, não ainda!

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