De que cor é o fogo? Aquele no qual nos deixamos arder sempre que esbarramos na paixão incontrolável, ou num amor inesperado? Como é que nos sentimos quando o calor chega e se instala, aquecendo até as partes de nós que esquecêramos há muito? Como se retribui o calor que nos inflama e de que forma o mantemos?
Andamos por aqui, olhamos, pedimos, sonhamos, corremos, atrás ou ao lado, mas na maioria das vezes sem qualquer sucesso e sem sentir o único fogo que nos poderia afastar de qualquer mal. Andamos, esperamos e quase sempre desesperamos, porque queremos o que não existe, procuramos a metade que não nos pertence e recusamos seguir em frente.
Quem é que nos magoa mesmo fundo e por tempo indeterminado? NÓS, sempre NÓS e culpamos o que estiver mais próximo e vulnerável. É de nós que sai a escolha, certa ou errada e é para nós que volta tudo o que arriscámos mesmo sabendo que perderíamos.
Gosto do fogo que me alimenta, porque preciso dele para me recordar que estou viva, tenho sentimentos e emoções que devem ser partilhadas. Gosto de saber que alguém, para além de mim, se importa com o que sou e faço e que espera para me retribuir cada gesto. Gosto de conseguir acreditar que posso criar algo do início, mantendo-me para me acrescentar. Gosto da ideia de seres "TU" o responsável pelo fogo que me consome agora, mas de uma maneira boa, certa e a fazer sentido.
A cor do meu fogo é sempre intensa, está viva e brilha para me recordar de que vale a pena sentir, mesmo que com riscos. A cor do meu fogo mudou quando percebi que eras tu que o acordavas, mas que terei que ser eu a não permitir que se apague, porque depois de ti continuarei a ser eu!
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